quinta-feira, 30 de junho de 2011

Fatos rápidos sobre Mercúrio.

Imagens registradas pela sonda Messenger em 6 de outubro de 2008 mostram o planeta em 11 comprimentos de onda diferentes, fundidos em duas imagens falsamente colorizadas. Crédito: NASA/Johns Hopkins University/APL/JPL.

DADOS:
Rotação: 58 dias
Translação: 87 dias
Diâmetro: 4878 km
Temperatura: Aproximadamente entre 450ºC e -173ºC
Distância do Sol: Aproximadamente 57.910.000 km
Luas: 0
Composição da atmosfera: Basicamente Hélio, Sódio e Oxigênio

Mercúrio é o menor planeta do sistema solar, orbitando o Sol a cada 87,969 dias terrestres. Sua órbita tem a maior excentricidade e seu eixo apresenta a menor inclinação em relação ao plano da órbita dentre todos os planetas do Sistema Solar. Mercúrio tem uma aparência similar à da Lua com crateras de impacto e planícies lisas, não possuindo satélites naturais nem uma atmosfera substancial. Entretanto, diferentemente da Lua, possui uma grande quantidade de ferro no núcleo que gera um campo magnético cuja intensidade é cerca de 1% da intensidade do campo magnético da Terra.

CURIOSIDADES:
  • Mercúrio é o nome latino de Hermes (Mercúrio para os romanos, Hermes para os gregos), o mensageiro dos deuses. O planeta recebeu esse nome por ser o que se desloca mais rápido em volta do Sol.
  • Mercúrio é um dos cinco planetas visíveis a olho nu.
  • Apesar de ser o planeta mais próximo do Sol, Mercúrio não é tão quente quanto Vênus. Sem atmosfera, Mercúrio possui, no entanto, a maior variação de temperatura de todo o Sistema Solar, entre 450ºC na face iluminada, e -173ºC durante a noite (face escura).
  • Mercúrio leva quase 88 dias terrestres para completar uma volta em torno do Sol. Para ter um ano tão curto é preciso viajar rápido. No entanto, o planeta leva menos de 60 dias terrestres para completar uma volta em torno de si mesmo.
  • Em relação à maioria dos outros planetas, a órbita de Mercúrio é uma elipse bem pronunciada. Assim, quando o planeta se aproxima do Sol, sua velocidade de translação é quase igual à rotação, produzindo um curioso efeito: visto de Mercúrio, o Sol pode nascer e se pôr duas vezes num único dia.
  • O plano da órbita de Mercúrio é inclinado 7º em relação ao plano da órbita terrestre (ou plano da eclíptica). Quando fica entre o Sol e a Terra, geralmente Mercúrio se dirige para o Sul ou para o Norte, ele passa na frente do Sol, num fenômeno conhecido como trânsito solar. Os trânsitos de Mercúrio ocorrem 13 ou 14 vezes a cada século, sempre entre os meses de Maio e Novembro. O primeiro trânsito de Mercúrio observado por cientistas, em 7 de Novembro de 1631, foi previsto por Kepler em 1627. Ele faleceu um ano antes de ver sua previsão confirmada.
Mercúrio aparece na forma de um ponto relativamente próximo ao centro do disco solar, em 8 de novembro de 2006. O próximo ocorrerá apenas em 2016. O ponto maior na esquerda é uma mancha solar.
  • Poderíamos pensar que Mercúrio é o planeta mais quente do Sistema Solar, afinal é o mais próximo do Sol. Mas, é a presença de uma atmosfera que mantém a temperatura mais ou menos uniforme e, como quase não tem atmosfera, os contrastes de temperatura em Mercúrio são elevados.
  • A maior estrutura na superfície é uma imensa cratera com 1.300 km de diâmetro, chamada bacia Caloris. Foi proveniente de um impacto tão violento que expulsou parte do manto de Mercúrio, criando picos de 2 km de altura e espalhando escarpas e fraturas até na face oposta do planeta.
  • A primeira nave a visitar Mercúrio foi a sonda Mariner 10 da NASA (1974–75) e utilizou a força da gravidade de Vênus para ajustar sua velocidade orbital para que pudesse se aproximar de Mercúrio, tornando-se a primeira nave espacial a utilizar o efeito da gravidade assistida e a primeira da NASA a realizar uma missão de visita a múltiplos planetas. A sonda forneceu as primeiras imagens próximas da superfície mercuriana, que imediatamente mostraram sua natureza repleta de crateras, e revelaram muitos outros tipos de características geológicas, tais como declives gigantes que foram posteriormente atribuídos ao efeito do planeta encolhendo ligeiramente, em função do núcleo de ferro resfriando-se. Infelizmente, devido ao comprimento do período orbital da Mariner 10, a mesma face do planeta estava iluminada a cada aproximação da sonda, tornando impossível a observação de ambos os lados do planeta e resultando num mapeamento de menos de 45% da superfície planetária.
  • A Agência Espacial Europeia está planejando uma missão conjunta com o Japão chamada BepiColombo, que irá orbitar Mercúrio com duas sondas: uma para mapear o planeta e outra para estudar sua magnetosfera. Uma vez lançada, estima-se que a nave alcançará Mercúrio em 2019. A nave irá liberar uma sonda magnetométrica na órbita elíptica, e então foguetes químicos irão queimar para colocar a sonda mapeadora em uma órbita circular. Ambas as sondas irão operar por um ano terrestre. A sonda mapeadora irá carregar uma série de espectrômetros semelhantes aos da MESSENGER, que irão estudar o planeta em vários comprimentos de onda, incluindo infravermelho, ultravioleta, raio-x e radiação gama.


FAQ DA NASA SOBRE MERCÚRIO:
Abaixo, algumas perguntas respondidas no próprio site da NASA. o texto encontra-se na íntegra.

Quais são as diferenças entre Mercúrio e a Terra?
As maiores diferenças entre Mercúrio e a Terra são que Mercúrio é menor e está muito mais perto do Sol. A temperatura de sua superfície é muito maior que a da Terra durante o dia e muito menor durante a noite. Isso acontece por causa da atmosfera de Mercúrio ser muito mais rala, por assim dizer, que a da Terra. Mercúrio leva muito menos tempo para completar sua rotação e sua translação. Literalmente, um ano lá passa em dias aqui. Visto de lá, o Sol aparenta ser três vezes maior e onze vezes mais brilhante do que visto da Terra.
Mas, a maior diferença, ao menos pelo que sabemos, é que não há vida em Mercúrio. Suas condições inóspitas não podem conduzir a vida como a conhecemos.

Como conseguiu este nome?
Mercúrio, ou Hermes, era o mensageiro dos deuses na mitologia romana e grega, respectivamente. Recebeu este nome por seus movimentos rápidos, comparados aos outros planetas.

Quando foi descoberto?
Mercúrio é conhecido, pelo menos, desde a época dos sumérios (mais ou menos em 3000 A.C), dos quais os textos descrevem os planetas conhecidos e suas influências astrológicas. Como um exemplo, referências a Mercúrio podem ser achadas no épico de Gilgamesh.
Entretanto, o planeta estando tão perto do Sol e só podendo ser visto da Terra após o Sol se pôr ou um pouco antes do seu nascer, não é certo que tenha sido reconhecido do mesmo modo que o brilhante Vênus, Júpiter ou Marte. O parecer de Mercúrio como uma “estrela da manhã” ou uma “estrela do anoitecer” confundiu culturas antigas, fazendo com que suas primeiras impressões fossem de ser dois planetas. Os gregos nomearam-no de Hermes no anoitecer e Apollo no amanhecer, e ficou assim até 350 A.C., até eles perceberem que as duas “estrelas” eram o mesmo planeta.

Há realmente gelo em Mercúrio?
Observações feitas em radares estabelecidos na Terra revelaram áreas brilhantes dentro das crateras perto dos pólos norte e sul, uma das explicações pode ser a presença de gelo. A primeira vista, parece bobagem pensar que pode haver gelo lá quando a temperatura do planeta chega a um grau tão elevado na parte do dia. Entretanto, há dois argumentos que mantém esta idéia:
  • O eixo rotação de Mercúrio não muda. Então, o Sol nunca fica tão alto nos seus pólos;
  • A atmosfera é tão fina que o calor das áreas banhadas pelo Sol não se espalha para as áreas mais frias - aí está o motivo das noites de lá serem tão frias.

Isso significa que o chão das cráteras perto dos pólos nunca recebe a luz do Sol. A temperatura nessas áreas sempre sombreadas são consideradas geladas o suficiente para haver gelo lá por longos períodos. Porém, mesmo com as temperaturas da noite serem geladas o suficente para o gelo ser gerado na noite de outras áreas, na manhã seguinte já não existiria mais.

Por que explorar Mercúrio?
A importância de estudar Mercúrio, além de que nós conhecemos tão pouco sobre este pequeno planeta, é que temos a chance de examinar um outro lado do processo que também gerou a Terra, Vênus e Marte. Aprender como Mercúrio se tornou o planeta mais denso vai nos ensinar muito sobre formações planetárias. Descobrir como Mercúrio tem mantido um campo magnético enquanto corpos maiores perderam (como aconteceu com Marte) ou a presença de nenhum campo ou uma “gravação” de um campo anterior (Vênus) vão nos ajudar muito a entender a geração desses campos no nosso próprio planeta.
Mercúrio tem a mais fina camada atmosférica entre todos os planetas do nosso sistema, e uma temperatura que alcança níveis incríveis. De fato, as temperaturas variam da quase maior no sistema solar até a mais fria. Documentar a tenacidade natural de Mercúrio, sua atmosfera mutável e a composição dos vários e misteriosos “depósitos polares” vão nos dar uma nova visão dentro das matérias voláteis dentro do sistema solar.

O quão grande é Mercúrio?
O diâmetro de Mercúrio é de 4800 km (3032 milhas), brutamente 38% do diâmetro da Terra. Mercúrio é o menor planeta no sistema solar. Se formos comparar, Mercúrio seria do tamanho de uma bola de golfe enquanto a Terra seria do tamanho de uma de baseball.

Mercúrio é parecido com a lua da Terra. Eles são “parentes”?
Apenas na superfície. Ambos são cheios de crateras com atmosferas tênues. A composição da crosta superior, pelo que entendemos da nossa limitação terrestre, é a mesma que das partes altas da Lua.
Mercury tem uma composição muito diferente em massa, no entanto, do que a Lua. Com base na sua densidade alta, Mercúrio deve ter aproximadamente dois terços de metal (ferro com um pouco de níquel) como massa. Este metal reside principalmente em um núcleo com um raio de três quartos do planeta. Em outras palavras, o núcleo metalizado de Mercúrio é do tamanho da Lua, e a outra camada de pedras é de apenas 600 km (cerca de 375 milhas) de espessura. Em contraste, a Lua é feita de quase inteiramente (98% ou mais) de material rochoso. Uma das missões da MESSENGER é descobrir e aprender o motivo da composição da massa de Mercúrio ser tão diferente de outros planetas conhecidos.

E se existir vida em Mercúrio?
Vida em Mercúrio seria uma grande notícia. Mas desacreditada, pois lá quase não tem atmosfera e, até onde sabemos, nenhuma vida pode se desenvolver no vácuo. Achar vida em Mercúrio não é nada diferente do que achar vida na Lua, e não há nenhuma evidência de que houve vida lá. Mesmo para a vida em ambientes extremos na Terra, água parece ser necessária e não aparenta ter nenhuma evidência de já teve qualquer água em estado liquido tanto na Lua quanto em Mercúrio.

Por que o céu em Mercúrio é escuro?
Apesar de que Mercúrio tem uma exosfera, ela é muito rala para poder dissipar qualquer quantidade significativa de luz. Sem a dissipação de luz numa atmosfera, o céu de Mercúrio é apenas a escuridão do espaço, uma vista similar da que se tem na Lua.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

As descobertas da mensageira.

A nave:

A sonda MESSENGER sendo preparada para lançamento
NOME:
O nome MESSENGER é uma sigla para MErcury Surface, Space ENvironment, GEochemistry, and Ranging spacecraft, algo como "sonda de variações, ambiente espacial, geoquímica e superfície de Mercúrio", numa tradução beam livre.
DESIGN DA NAVE:
O sistema de propulsão líquida química dual-mode da MESSENGER é integrado na estrutura da nave para economizar espaço e uso de massa. A estrutura é primariamente composta de material epóxi grafite. Este composto providência a durabilidade necessária para passar pelo lançamento enquanto oferece uma massa menor. Dois largos painéis solares, suplementados com uma bateria de níquel-hidrogênio (níquel-metal-hidreto), dão energia a nave.
O "cérebro" da sonda é um módulo eletrônico integrado que hospeda dois sistemas compostos por um micro-processador de 25 MHz cada um, mais um processador de 10 MHz para proteção contra falhas.
Para determinação de atitude - saber onde a nave está e qual direção está apontando - são usadas câmeras de monitoramento de estrelas e uma unidade de medida inercial, composta por quatro giroscópios e quatro acelerômetros, mais seis sensores solares que funcionarão como apoio. O controle de atitude é, basicamente, feito usando quatro rodas de reação dentro da nave e, quando necessário, propulsores pequenos. A MESSENGER receberá comandos e enviará dados primariamente por suas antenas de polarização circulares que operam em uma matriz faseada da banda X (a banda X é uma faixa de frequência (SHF - 8 a 12 GHz) para comunicação por satélite privativa para uso militar).
Um elemento chave do design da MESSENGER é suportar o calor intenso em Mercúrio. O sol lá é cerca de onze vezes mais brilhante do que nós vemos na Terra, e a temperatura na superfície pode chegar a 450º Celsius (mais ou menos 840º Fahrenheit), mas a MESSENGER vai operar, numa temperatura familiar a nossa, atrás de um escudo térmico feito com revestimento de cerâmica.
O QUE CARREGA:
Seus instrumentos foram cuidadosamente escolhidos para responder as seis questões chaves da missão (a alta densidade mercuriana, sua história geológica, a natureza de seu campo magnético, a estrutura de seu núcleo, a existência ou não de gelo em seus pólos e de onde vem sua tênue atmosfera). Grande parte dos instrumentos são fixados rigidamente no corpo da nave, então a cobertura de Mercúrio é obtida pelo movimento da nave sobre o planeta. (Os nomes em português estão entre aspas, pois não são traduções exatas dos nomes reais).
"Sistema de Imagem Dupla" - ou, no original, Mercury Dual Imaging System (MDIS): Esse instrumento consiste de duas câmeras, uma com um ângulo aberto e outra com o ângulo estreito, para mapear as formas do terreno, suas diferenças no espectro da superfície e juntar informações topográficas. Uma plataforma pivô vai ajudar a apontar o MDIS em qualquer direção que os cientistas escolherem. Esses dois instrumentos vão permitir que a MESSENGER "enxergue" muito parecido como nossos dois olhos o fazem.
"Espectrômetro de Raios Gama e Neutrons" - ou, no original, Gamma-Ray and Neutron Spectrometer (GRNS): Esse instrumento vai detectar raios gama e neutrons que são emitidos por elementos radioativos na superfície de Mercúrio ou na superfície de elementos que foram estimulados por raios cósmicos. Será usado para mapear as abundâncias de diferentes elementos e vai ajudar a determinar se tem gelo nos pólos de Mercúrio, que nunca foram expostos a luz solar direta.
"Espectrômetro de Raios X" - ou, no original, X-Ray Spectrometer (XRS): Raios gama e raios-x de alta energia do sol, atingindo a superfície de Mercúrio, podem fazer com que os elementos da mesma emitam raios-x de baixa energia. O XRS vai detectar esses raios-x emitidos para medir a abundância de vários elementos na crosta de Mercúrio.
"Magnetômetro" - ou, no original, Magnetometer (MAG): Esse instrumento está no fim de uma antena de 3,6m (aproximadamente 12 pés), e vai mapear o campo magnético de Mercúrio e procurar por pedras magnetizadas em sua crosta.
"Altímetro Laser" - ou, no original, Mercury Laser Altimeter (MLA): Esse instrumento contém um laser que vai emitir luz para a superfície do planeta e um sensor vai juntar toda a luz que será refletida pela mesma. Juntos, vão medir a quantidade de tempo que a luz leva para fazer uma viagem de ida e volta da superfície até a nave. Gravando suas variações de distância, irá produzir descrições altamente precisas da topografia de Mercúrio.
"Espectômetro da Composição Atmosférica e da Superfície" - ou, no original, Mercury Atmospheric and Surface Composition Spectrometer (MASCS):  Esse espectrômetro é sensitivo a luz, desde o infravermelhro ao ultravioleta, e vai medir a abundância de gases atmosféricos, assim como os minerais na superfície.
"Espectômetro de Partículas de Energia e Plasma" - ou, no original, Energetic Particle and Plasma Spectrometer (EPPS): O EPPS mede a composição, distribuição e, energia de partículas carregadas (eléctrons e vários íons) na magnetosfera de Mercúrio. A magnetosfera surge da incidência da radiação de uma estrela sobre a atmosfera de um astro permeada por um campo magnético. Nessa região, três elementos principais devem ser considerados para o entendimento de seus fenômenos, comportamentos e importância, eles são: a existência de campos elétricos, de correntes elétricas e campos magnéticos resultantes.
"Radiografia" - ou, no original, Radio Science (RS): O RS vai usar o efeito Doppler (o efeito Doppler é uma característica observada nas ondas quando emitidas ou refletidas por um objeto que está em movimento com relação ao observador) para medir as pequenas mudanças na velocidade da nave enquanto orbita Mercúrio. Isso vai permitir, aos cientistas, estudar a distribuição de massa de Mercúrio, assim como as variações na grossura da crosta.
DADOS DO LANÇAMENTO:
Data: Terça-feira, dia 3 de Agosto de 2004
Horário: 2:15:56 da manhã
Local: Estação da força área do Cabo Canaveral, Flórida
Linha do tempo:
HISTÓRICO DA MISSÃO:
Julho de 1999 - NASA escolhe a MESSENGER como a sétima missão do Programa Discovery
Dezembro de 1999 - Projeto preliminar começa
Julho de 2001 - Projeto final e começo da fase de construção
Fevereiro de 2003 - Os testes e a integração da nave tem início
Dezembro de 2003 - A MESSENGER é movida para o Goddard Space Flight Center (Centro de Voo Espacial Goddard) da NASA  para testes finais em ambientes espaciais
Março de 2004 - A MESSENGER chega ao Astrotech Space Operations (Operações Espaciais Astrotech), perto do Kennedy Space Center (Centro Espacial Kennedy), para preparações finais pré-voo
15 de Julho de 2004 - Instruções da missão e seus objetivos transmitidos ao vivo dos quartéis generais da NASA a uma hora da tarde
29 de Julho de 2004 - Webcast de ciência e tecnologia ao vivo da KSC a uma hora e meia da tarde
30 de Julho de 2004 - Webcast de resumo da missão e da nave ao vivo da KSC a uma hora e meia da tarde
31 de Julho de 2004 - Instruções de lançamento ao vivo da KSC a uma hora da tarde
03 de Agosto de 2004 - Lançamento da MESSENGER
Agosto de 2005 - Passagem pela Terra
Outubro de 2006 - Passagem por Vênus
Junho de 2007 - Passagem por Vênus
Janeiro de 2008 - Passagem por Mercúrio
Outubro de 2008 - Passagem por Mercúrio
Setembro de 2009 - Passagem por Mercúrio
18 de Março de 2011 - O estudo da órbita de Mercúrio começa
Descobertas:
  • Mercúrio tem uma espécie de “cauda”. O material encontrado na exosfera é arrancado pela radiação solar, pelo vento solar e pela vaporização de meteoroides. Essa tênue camada de gás e material particulado é esticada pela pressão da radiação solar, formando uma longa cauda, parecida com a de um cometa.
  • Há uma gigantesca cratera de 290 km de diâmetro. O seu centro de relevo suave faz os cientistas suspeitarem que se trata de uma cratera criada por vulcanismo. "Esta cratera de bordas duplas, vista em detalhes pela primeira vez, está incrivelmente bem preservada. O piso interno é ainda mais jovem do que a própria cratera e tem uma coloração diferente das suas cercanias. Nós podemos ter descoberto o mais jovem material vulcânico de Mercúrio," diz o Dr. Brett Denevi, um dos cientistas da missão.
  • Outra descoberta significativa foi o de uma cratera de impacto gigantesca, com quase 700 km de diâmetro e que nunca havia sido observado pelos telescópios terrestres. A cratera foi batizada de Rembrandt.
  • A sonda também descobriu magnésio na camada mais externa da atmosfera de Mercúrio, demonstrando que o magnésio é um constituinte importante da superfície do planeta. A descoberta de magnésio não é exatamente uma surpresa. O que surpreende é a sua quantidade e a sua larga distribuição.
  • Os cientistas acreditam que hajam evidências de erupções vulcânicas. Elas circundam toda a bacia Caloris, uma das maiores e mais jovens crateras de impacto do nosso sistema solar.
  • O campo magnético vivo de Mercúrio, semelhante ao da Terra - dipolar, com um norte e um sul magnéticos - está fazendo os cientistas coçarem a cabeça. Pelas teorias atuais, o núcleo de ferro do planeta já deveria ter-se esfriado há muito tempo e não deveria mais estar gerando magnetismo.
  • Rajadas de partículas energéticas na magnetosfera de Mercúrio são um produto contínuo da interacção do campo magnético de Mercúrio com o vento solar.
  • A média dos rácios magnésio/silício e cálcio/silício em grandes áreas da superfície do planeta mostra que, ao contrário da superfície da Lua, a superfície de Mercúrio não é dominada por rochas ricas em Feldspato.
  • As observações do XRS também revelaram quantidades substanciais de enxofre na superfície de Mercúrio, dando suporte a teorias baseadas em observações espectrais terrestres da existência de sulfatos. Esta descoberta sugere que os blocos de construção originais, a partir dos quais Mercúrio foi formado, podem ter sido menos oxidados do que aqueles que formaram os outros planetas terrestres, potencialmente com implicações importantes para a compreensão da natureza do vulcanismo em Mercúrio.
  • Depois de mais de dois milhões de observações a laser, a forma a larga-escala do planeta e os perfis das características geológicas estão a ser revelados em grande detalhe. A região polar norte de Mercúrio, por exemplo, é uma grande área de baixas elevações. A maior diferença de altitude tipográfica, vista até à data, excede os 9 km. 
Entre outras. :)

Eclipse da Lua - 15/06/2011

O que é um Eclipse Lunar?
É um fenômeno astronômico que ocorre quando a lua entra, totalmente ou parcialmente, no cone de sombra projetado pela terra. A figura abaixo ilustra esse fenômeno.
                                                                                                                                                                         Fonte:http://www.explicatorium.com/CFQ7-Eclipse-da-Lua.php

A sombra da Terra possui duas partes, denominadas umbra e penumbra. A umbra é a região que não recebe luz diretamente do sol, e a penumbra é a região que recebe uma pequena parte da luz do Sol.
A Lua, de acordo com a inclinação de sua órbita, pode passar apenas perto da região de “umbra”, causando um eclipse parcial, ou mesmo um eclipse “penumbral” quando ela apenas atravessa a região de penumbra. Este último não pode ser percebido a olho nu, porque a Lua muda muito pouco o seu brilho.        
         
Calculando o Cone de Sombra e a duração do eclipse:
Ao estudar como se formam as sombras dos objetos é importante levar em conta o tamanho e a forma do objeto que está obstruindo a passagem da luz e também o tamanho e a forma da fonte de luz. Como vimos, em um eclipse da Lua, o Sol é a fonte de luz, e a Terra é o objeto que produz a sombra na região onde a Lua vai passar. A Terra produz uma sombra no espaço que muda de tamanho conforme a distância.
Vamos examinar melhor como é a sombra produzida pela Terra com ajuda da figura a seguir. Antes de mais nada é preciso lembrar que um raio de luz emitido por um ponto qualquer do Sol viaja sempre em linha reta . Na figura vemos que um ponto situado dentro da região denominada U não recebe nenhum raio de luz proveniente do Sol porque não há nenhuma linha reta  que possamos traçar diretamente entre o Sol e qualquer ponto nessa região (a Terra sempre estará atrapalhando). A região U da sombra é chamada de umbra. É a região que não recebe nenhum raio de luz vindo diretamente do Sol.
Exatamente na interface entre as regiões U e P1 existe um ponto que é atingido por um raio de luz (raio número 1) proveniente do ponto “a” do Sol. Os pontos seguintes e acima desse ponto, dentro da região P1, receberão raios de luz provenientes do ponto “a” e de pontos do Sol imediatamente abaixo do ponto “a” na figura. Tanto mais para cima, tantos mais raios de luz vindos de outros pontos do Sol serão recebidos. No limite superior da região P1 raios de luz de todos os pontos do Sol serão recebidos. Acabou a sombra. Essa região batizada de P1 é uma região da sombra chamada de penumbra. A região P2 é equivalente à região P1 porém, do outro lado.


A parti da explicação dada e da análise da figura acima fica claro que a região da umbra é uma região que diminui com a distância, simplesmente porque o Sol é maior que a Terra (a fonte é maior do que o objeto que cria a sombra - se o Sol fosse menor, a umbra aumentaria com a distância). A figura geométrica traçada pela umbra é um cone.

 O que é Linhas dos Nodos?
  A órbita da Terra em torno do Sol, e a órbita da Lua em torno da Terra, não estão no mesmo plano, ou ocorreria um eclipse da Lua a cada Lua Cheia, e um eclipse do Sol a cada Lua Nova.
                                          

           O plano da órbita da Lua em torno da Terra não é o mesmo plano que o da órbita da Terra em torno do Sol.  O plano da órbita da Lua está inclinado 5,2 ° em relação ao plano da órbita da Terra. A linha formada pela interseção dos dois planos é chamada de linha dos nodos. Portanto só ocorrem eclipses quando a Lua está na fase de Lua Cheia (alinhamento Sol - Terra - Lua) ou Nova (alinhamento Sol - Lua - Terra), e quando o Sol está sobre a linha dos nodos. Sem isso não ocorreriam os eclipses lunares ou solares.  

     
Curiosidades:
  • Ao contrário dos eclipses solares que são visíveis apenas em pequenas áreas da Terra, os eclipses lunares podem ser vistos em qualquer lugar da Terra em que seja noite no momento do eclipse.
  • A Lua não desaparece completamente na sombra da Terra, mesmo durante um eclipse total, podendo então, assumir uma coloração avermelhada ou alaranjada. Isto é consequência da refração e da dispersão da luz do Sol na atmosfera da Terra que desvia apenas os comprimentos de onda longos (vermelho) para dentro da região da umbra.
  • Os astrônomos da Grécia Antiga notaram que durante o eclipse lunar, a borda da sombra era sempre circular. Eles então concluíram que a Terra poderia ser esférica ou redonda!
  • O eclipse lunar do dia 15/06 será total e será o primeiro visível em 2011. Será visível na Ásia Central, continente africano e América do Sul.  Fonte: Eclipse Lunar 2011 no Brasil.
  • Os eclipses, sejam solares ou lunares, sempre despertaram o temor e a admiração dos homens. A palavra “eclipse” é de origem grega e significa desmaio ou abandono, se referindo ao obscurecimento dos astros.
  • O astrônomo francês Danjon criou uma escala para atribuir a cada eclipse um coeficiente de brilho apresentado pela Lua na fase da totalidade. Nesta escala, que vai de zero a 4, os menores valores correspondem a um eclipse muito escuro e o maior valor ao eclipse claro, em que a Lua se apresenta vermelha ou alaranjada, com a borda da sombra brilhante.
  • A distância da Terra ao Sol é de cerca de 150 milhões de quilômetros, ou 1 unidade astronômica (UA).
  • A Lua é o único satélite natural da Terra sendo o segundo maior satélite natural do sistema solar perdendo só para Ganimedes, uma das luas de Júpiter, situando-se a uma distância de cerca de 384.405 km da Terra com o diâmetro de 3 474,8km.
  • A Terra é terceiro planeta do Sistema Solar é o único corpo celeste que se tem o conhecimento de vida e  seu diâmetro e de cerca de 12.756 km.
O eclipse de 15 de junho de 2011
O eclipse lunar acontecerá justamente no momento em que a Lua estará nascendo, portanto deve-se procurar este astro no horário do seu nascimento na direção leste (direção do Sol nascente).
Todo eclipse tem uma sequência de eventos e horários referentes aos instantes em que a Lua entra ou sai de cada parte da sombra (veja a figura abaixo). A sequência de eventos e seus horários para o fuso horário de Porto Alegre é apresentado abaixo. A sequência de eventos pode ser melhor compreendida consultando a figura a seguir (Fonte: http://eclipse.gsfc.nasa.gov/LEplot/LEplot2001/LE2011Jun15T.pdf).
P1 - Inicia a entrada na Penumbra - 14:24
U1 - Inicia a entrada na Umbra - 15:22
U2 - Termina a entrada na Umbra - 16:22
Máximo - Instante central - 17:12
Nascer da Lua - 17:34
U3 - Inicia a saída da Umbra - 18:02
U4 - Termina a saída de Umbra - 19:02
P4 - Termina a saída da Penumbra - 20:00
Duração da totalidade (U2 até U3): 1h 41m
Duração da fase umbral (U1 até U4): 3h 40m
Duração completa (P1 até P4): 5h 39m
Fases do eclipse lunar conforme a sequência de horários acima.
A fase do eclipse em que a Lua estará menos brilhante é justamente a fase em que ela estará dentro da umbra. Aqui em Porto Alegre veremos apenas a última hora dessa fase.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Eclipse da Lua - 15/06/2011

Na quarta-feira da semana passada, nós do clube de astronomia e alguns professores e funcionários do IFRS Campus Restinga, presenciamos o eclipse lunar em um terreno ao lado da escola.
Com grande expectativa esperamos por alguns minutos a Lua surgir no horizonte. Infelizmente, perdemos o inicio, mas conseguimos visualizar a partir do estágio em que a Lua estava, ainda, na região da umbra.
(Apenas alguns membros do clube, e alunos que participaram da atividade)
(A gurizada resolveu registrar o momento exato em que visualizamos a Lua, muito bacana. Repare que a Lua está no canto superior esquerdo da foto.)

Foi uma atividade muito interessante, e de grande aprendizado. Pudemos perceber o baixo brilho da Lua e sua coloração avermelhada causada pela iluminação indireta constituída de luz do Sol que atravessou a atmosfera da Terra. Registramos em fotografia diversos momentos do eclipse. Esta foi uma experiência que levaremos para o resto de nossas vidas.


 (Nesta foto a Lua está começando a sair da umbra, mostrando-se ainda bastante avermelhada. Foi exatamente neste momento em que começamos a visualização do eclipse.)
 (Nesta foto a Lua está com mais da metade do disco visível para fora da região da umbra e está entrando na região da penumbra.)
 (Esta foto foi tirada através da luneta e por efeitos ópticos da mesma, o lado esquerdo da lua aparece sombreado.)