quarta-feira, 29 de junho de 2011

As descobertas da mensageira.

A nave:

A sonda MESSENGER sendo preparada para lançamento
NOME:
O nome MESSENGER é uma sigla para MErcury Surface, Space ENvironment, GEochemistry, and Ranging spacecraft, algo como "sonda de variações, ambiente espacial, geoquímica e superfície de Mercúrio", numa tradução beam livre.
DESIGN DA NAVE:
O sistema de propulsão líquida química dual-mode da MESSENGER é integrado na estrutura da nave para economizar espaço e uso de massa. A estrutura é primariamente composta de material epóxi grafite. Este composto providência a durabilidade necessária para passar pelo lançamento enquanto oferece uma massa menor. Dois largos painéis solares, suplementados com uma bateria de níquel-hidrogênio (níquel-metal-hidreto), dão energia a nave.
O "cérebro" da sonda é um módulo eletrônico integrado que hospeda dois sistemas compostos por um micro-processador de 25 MHz cada um, mais um processador de 10 MHz para proteção contra falhas.
Para determinação de atitude - saber onde a nave está e qual direção está apontando - são usadas câmeras de monitoramento de estrelas e uma unidade de medida inercial, composta por quatro giroscópios e quatro acelerômetros, mais seis sensores solares que funcionarão como apoio. O controle de atitude é, basicamente, feito usando quatro rodas de reação dentro da nave e, quando necessário, propulsores pequenos. A MESSENGER receberá comandos e enviará dados primariamente por suas antenas de polarização circulares que operam em uma matriz faseada da banda X (a banda X é uma faixa de frequência (SHF - 8 a 12 GHz) para comunicação por satélite privativa para uso militar).
Um elemento chave do design da MESSENGER é suportar o calor intenso em Mercúrio. O sol lá é cerca de onze vezes mais brilhante do que nós vemos na Terra, e a temperatura na superfície pode chegar a 450º Celsius (mais ou menos 840º Fahrenheit), mas a MESSENGER vai operar, numa temperatura familiar a nossa, atrás de um escudo térmico feito com revestimento de cerâmica.
O QUE CARREGA:
Seus instrumentos foram cuidadosamente escolhidos para responder as seis questões chaves da missão (a alta densidade mercuriana, sua história geológica, a natureza de seu campo magnético, a estrutura de seu núcleo, a existência ou não de gelo em seus pólos e de onde vem sua tênue atmosfera). Grande parte dos instrumentos são fixados rigidamente no corpo da nave, então a cobertura de Mercúrio é obtida pelo movimento da nave sobre o planeta. (Os nomes em português estão entre aspas, pois não são traduções exatas dos nomes reais).
"Sistema de Imagem Dupla" - ou, no original, Mercury Dual Imaging System (MDIS): Esse instrumento consiste de duas câmeras, uma com um ângulo aberto e outra com o ângulo estreito, para mapear as formas do terreno, suas diferenças no espectro da superfície e juntar informações topográficas. Uma plataforma pivô vai ajudar a apontar o MDIS em qualquer direção que os cientistas escolherem. Esses dois instrumentos vão permitir que a MESSENGER "enxergue" muito parecido como nossos dois olhos o fazem.
"Espectrômetro de Raios Gama e Neutrons" - ou, no original, Gamma-Ray and Neutron Spectrometer (GRNS): Esse instrumento vai detectar raios gama e neutrons que são emitidos por elementos radioativos na superfície de Mercúrio ou na superfície de elementos que foram estimulados por raios cósmicos. Será usado para mapear as abundâncias de diferentes elementos e vai ajudar a determinar se tem gelo nos pólos de Mercúrio, que nunca foram expostos a luz solar direta.
"Espectrômetro de Raios X" - ou, no original, X-Ray Spectrometer (XRS): Raios gama e raios-x de alta energia do sol, atingindo a superfície de Mercúrio, podem fazer com que os elementos da mesma emitam raios-x de baixa energia. O XRS vai detectar esses raios-x emitidos para medir a abundância de vários elementos na crosta de Mercúrio.
"Magnetômetro" - ou, no original, Magnetometer (MAG): Esse instrumento está no fim de uma antena de 3,6m (aproximadamente 12 pés), e vai mapear o campo magnético de Mercúrio e procurar por pedras magnetizadas em sua crosta.
"Altímetro Laser" - ou, no original, Mercury Laser Altimeter (MLA): Esse instrumento contém um laser que vai emitir luz para a superfície do planeta e um sensor vai juntar toda a luz que será refletida pela mesma. Juntos, vão medir a quantidade de tempo que a luz leva para fazer uma viagem de ida e volta da superfície até a nave. Gravando suas variações de distância, irá produzir descrições altamente precisas da topografia de Mercúrio.
"Espectômetro da Composição Atmosférica e da Superfície" - ou, no original, Mercury Atmospheric and Surface Composition Spectrometer (MASCS):  Esse espectrômetro é sensitivo a luz, desde o infravermelhro ao ultravioleta, e vai medir a abundância de gases atmosféricos, assim como os minerais na superfície.
"Espectômetro de Partículas de Energia e Plasma" - ou, no original, Energetic Particle and Plasma Spectrometer (EPPS): O EPPS mede a composição, distribuição e, energia de partículas carregadas (eléctrons e vários íons) na magnetosfera de Mercúrio. A magnetosfera surge da incidência da radiação de uma estrela sobre a atmosfera de um astro permeada por um campo magnético. Nessa região, três elementos principais devem ser considerados para o entendimento de seus fenômenos, comportamentos e importância, eles são: a existência de campos elétricos, de correntes elétricas e campos magnéticos resultantes.
"Radiografia" - ou, no original, Radio Science (RS): O RS vai usar o efeito Doppler (o efeito Doppler é uma característica observada nas ondas quando emitidas ou refletidas por um objeto que está em movimento com relação ao observador) para medir as pequenas mudanças na velocidade da nave enquanto orbita Mercúrio. Isso vai permitir, aos cientistas, estudar a distribuição de massa de Mercúrio, assim como as variações na grossura da crosta.
DADOS DO LANÇAMENTO:
Data: Terça-feira, dia 3 de Agosto de 2004
Horário: 2:15:56 da manhã
Local: Estação da força área do Cabo Canaveral, Flórida
Linha do tempo:
HISTÓRICO DA MISSÃO:
Julho de 1999 - NASA escolhe a MESSENGER como a sétima missão do Programa Discovery
Dezembro de 1999 - Projeto preliminar começa
Julho de 2001 - Projeto final e começo da fase de construção
Fevereiro de 2003 - Os testes e a integração da nave tem início
Dezembro de 2003 - A MESSENGER é movida para o Goddard Space Flight Center (Centro de Voo Espacial Goddard) da NASA  para testes finais em ambientes espaciais
Março de 2004 - A MESSENGER chega ao Astrotech Space Operations (Operações Espaciais Astrotech), perto do Kennedy Space Center (Centro Espacial Kennedy), para preparações finais pré-voo
15 de Julho de 2004 - Instruções da missão e seus objetivos transmitidos ao vivo dos quartéis generais da NASA a uma hora da tarde
29 de Julho de 2004 - Webcast de ciência e tecnologia ao vivo da KSC a uma hora e meia da tarde
30 de Julho de 2004 - Webcast de resumo da missão e da nave ao vivo da KSC a uma hora e meia da tarde
31 de Julho de 2004 - Instruções de lançamento ao vivo da KSC a uma hora da tarde
03 de Agosto de 2004 - Lançamento da MESSENGER
Agosto de 2005 - Passagem pela Terra
Outubro de 2006 - Passagem por Vênus
Junho de 2007 - Passagem por Vênus
Janeiro de 2008 - Passagem por Mercúrio
Outubro de 2008 - Passagem por Mercúrio
Setembro de 2009 - Passagem por Mercúrio
18 de Março de 2011 - O estudo da órbita de Mercúrio começa
Descobertas:
  • Mercúrio tem uma espécie de “cauda”. O material encontrado na exosfera é arrancado pela radiação solar, pelo vento solar e pela vaporização de meteoroides. Essa tênue camada de gás e material particulado é esticada pela pressão da radiação solar, formando uma longa cauda, parecida com a de um cometa.
  • Há uma gigantesca cratera de 290 km de diâmetro. O seu centro de relevo suave faz os cientistas suspeitarem que se trata de uma cratera criada por vulcanismo. "Esta cratera de bordas duplas, vista em detalhes pela primeira vez, está incrivelmente bem preservada. O piso interno é ainda mais jovem do que a própria cratera e tem uma coloração diferente das suas cercanias. Nós podemos ter descoberto o mais jovem material vulcânico de Mercúrio," diz o Dr. Brett Denevi, um dos cientistas da missão.
  • Outra descoberta significativa foi o de uma cratera de impacto gigantesca, com quase 700 km de diâmetro e que nunca havia sido observado pelos telescópios terrestres. A cratera foi batizada de Rembrandt.
  • A sonda também descobriu magnésio na camada mais externa da atmosfera de Mercúrio, demonstrando que o magnésio é um constituinte importante da superfície do planeta. A descoberta de magnésio não é exatamente uma surpresa. O que surpreende é a sua quantidade e a sua larga distribuição.
  • Os cientistas acreditam que hajam evidências de erupções vulcânicas. Elas circundam toda a bacia Caloris, uma das maiores e mais jovens crateras de impacto do nosso sistema solar.
  • O campo magnético vivo de Mercúrio, semelhante ao da Terra - dipolar, com um norte e um sul magnéticos - está fazendo os cientistas coçarem a cabeça. Pelas teorias atuais, o núcleo de ferro do planeta já deveria ter-se esfriado há muito tempo e não deveria mais estar gerando magnetismo.
  • Rajadas de partículas energéticas na magnetosfera de Mercúrio são um produto contínuo da interacção do campo magnético de Mercúrio com o vento solar.
  • A média dos rácios magnésio/silício e cálcio/silício em grandes áreas da superfície do planeta mostra que, ao contrário da superfície da Lua, a superfície de Mercúrio não é dominada por rochas ricas em Feldspato.
  • As observações do XRS também revelaram quantidades substanciais de enxofre na superfície de Mercúrio, dando suporte a teorias baseadas em observações espectrais terrestres da existência de sulfatos. Esta descoberta sugere que os blocos de construção originais, a partir dos quais Mercúrio foi formado, podem ter sido menos oxidados do que aqueles que formaram os outros planetas terrestres, potencialmente com implicações importantes para a compreensão da natureza do vulcanismo em Mercúrio.
  • Depois de mais de dois milhões de observações a laser, a forma a larga-escala do planeta e os perfis das características geológicas estão a ser revelados em grande detalhe. A região polar norte de Mercúrio, por exemplo, é uma grande área de baixas elevações. A maior diferença de altitude tipográfica, vista até à data, excede os 9 km. 
Entre outras. :)

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